quarta-feira, 19 de março de 2008


Carícia é arte,
Saber acariciar é saber apreciar o belo,
É querer redesenhar a natureza,
Recriar humildemente a obra de Deus.

É simples fazer uma carícia,
Acaricia-se com os dedos, com pés, com a ponta do nariz,
Não menos prazeroso é o toque de quem presenteia
Nem menos dispendioso é o esforço para quem é presenteado.
Nas mãos está o instrumento mais potente para oferecer a carícia
Que em seu calor, maciez, flexibilidade, agilidade e leveza
Carrega em cada poro o desejo de dar afeto, desejo de agradar
E com elas as carícias são criadas e recriadas numa descoberta constante.

Nunca se repete uma carícia
É sempre nova, sempre única,
A carícia é filha única mimada
Nascida do amor e da verdade...
(Gilberto G)

Ah... se eu pudesse voar...

Levaria até você
Um pedacinho de amor
Um cheirinho de chuva
O perfume de uma flor
Quisera eu, como uma águia voar
O céu invadir
E no bico levar
Um grão de fé
Um cálice de proteção
Uma centelha de luz que não se apaga
Uma chama de sabedoria infinita
Ah... mas quem sou seu?
Sou apenas uma folha de outono
Assim como as outras
Da árvore da vida
Cuja raiz é comum a todas as folhas!
Raiz que sustenta e alimenta
Que fortalece e resiste
Infinitamente a tudo
Assim foi no passado
Como é agora
Desde sempre...
Podemos estar em ramos diferentes
Mas fazemos parte da mesma árvore:
“A árvore da vida”!!

ENCONTRO DE ALMAS
Por mais que a vida tentasse nos separar,
nossos corações conseguiram se achar

Não importa a distância
Interessa apenas a constância
deste nosso querer

Quando estamos juntos, este amor
transborda em nosso olhar,
acaba todo o sofrer
que a separação nos faz ter

Como alguém pode saber
o que se passa em nosso coração?

Como alguem pode sentir
esta deliciosa emoção,
que, ao estarmos juntos, só nos faz sorrir?

Não existe amor proibido
Não existe amor impossivel
Por mais alta que seja a barreira,
por maior que seja a canseira,
ele encontrará um caminho invisível,
mas com certeza possível,
para unir quem de fato se ama

A alma de um, pela do outro chama...
Mais dia, menos dia,
se encherá de alegria...

Encontrará aquela por quem tanto clama!


Coração que brilha...

Passei por um coração...
Ele chorava...
Meus passos hesitaram...
Bem quis seguir em frente,
Mas aquele coração muito sofria...

Percebi uma porta entreaberta
Despejando mágoas...
Entrei...
Tudo tão escuro... Sem luz que
Pudesse clarear o caminho.

Nunca vira coração mais triste...
Preso na morbidez do desencanto,
Do amor ferido...
Pulsando sentimentos fora do lugar.

Afaguei aquele coração...
Limpei angústias...
Lustrei o amor...
Deixei em cada canto um sorriso...

Parti sem que ele notasse
Minha presença...
Muito distante, olhei para trás...
Havia o brilho da vida...
E sorri... Seguindo minha estrada!...

(Cida Luz)

segunda-feira, 17 de março de 2008


Ah, se pudéssemos contar
As voltas que a vida dá
Pra que a gente possa encontrar
Um grande amor...

É como se pudéssemos contar
Todas estrelas do céu,
Os grãos de areia desse mar,
Ainda assim,...não encontrar...

Pobre coração o dos apaixonados,
Que cruzam o deserto em busca de um oásis em flor,
Arriscando tudo por uma miragem,
Pois sabem que há uma fonte oculta nas areias,...
Bem-aventurados os que dela bebem,
Porque para sempre serão consolados.

Somente por amor
A gente põe a mão
No fogo da paixão
E deixa se queimar...
Somente por amor
Movemos terra e céus
Rasgando os sete véus...
Saltamos no abismo
Sem olhar pra trás,
Somente por amor
E a vida se refaz...
E a morte não é mais
Pra nós..."

Paradoxo

A dor que abate, e punge, e nos tortura,
que julgamos às vezes não ter cura
e o destino nos deu e nos impôs,
é pequenina, é bem menor, e até
já não é dor talvez, dor já não é
dividida por dois.
A alegria que às vezes num segundo
nos dá desejos de abraçar o mundo,
e nos põe tristes, sem querer, depois,
aumenta, cresce, e bem maior se faz,
já não é alegria, é muito mais
dividida por dois.
Estranha essa aritmética da vida,
nem parece ciência, parece arte;
compreendo a dor menor, se dividida,
não entendo é aumentar nossa alegria
se essa mesma alegria
se reparte.
( JG de Araujo Jorge)