terça-feira, 29 de abril de 2008


E te amei como jamais alguém te amou!
Amei a ausente, o silêncio, a traidora;
Amei a valente, a covarde, a sonhadora;
Amei o que existiu e o que restou!

E te amei como deveria amar a mim mesmo!
Amei tuas promessas, tuas juras, teu amor;
Amei teus propósitos, tuas lutas, tua glória;
Amei-te nas derrotas e nas tuas vitórias!

E te amei como eu merecia ser amada!
Amei teus erros, teus fracassos, tuas fraquezas;
Amei teus acertos, teu caráter, teus nadas;
Amei teu tudo, tuas mentiras, tua franqueza.

E te amei como se ama a alma gêmea!
Amei tua distância, tua presença, teu valor;
Amei-te por conhecer a tua essência;
Amei-te ontem, te amo hoje, te amarei amanhã!

Afago de uma ilusão

Direi ao mundo q não existes
Negarei esta alegria pueril
Q borda meus lábios
Quando sorris em meu pensar
És uma invenção dos meus olhos
Um pretexto ao respirar dos sonhos
Ainda q o sol descerre
A cortina do meu despertar

Sim, direi q não existes
És um delírio das minhas mãos
Q te criaram para q as palavras
Inquietas e insones acariciem-se
Na curva dos meus dedos
E te anuncias em meus instantes
No além dentro de mim
No sempre q me conduz
Ao assombro de te sentir

Tu não existes, direi mais uma vez
És uma miragem, afago da ilusão
Inventado por meus passos
Para o trilhar de um destino
Menos escuro no caminho do tempo.
Porque é em ti q principia o sussurrar
Da fragrância de todas as cores
És apenas uma visão dos meus lábios
Para q o meu silêncio
Pudesse se despir...

Fernanda Guimarães.

Certa vez um Travesseiro


que de tanto sonhar com o Amor,


resolveu fazer uma travessia,


carregando um sonho, na maré fria.


Decidiu seguir o vento,


ouvindo o lamento do mar,


numa noite em que só se ouvia


o murmurar das ondas


e o canto da sereia na lua cheia.


- Para onde me levas,


perguntou o Travesseiro,


às ondas que se erguiam


além do mar.


- Viajo por todos os mares


e trago comigo,


além das mensagens


toda a bagagem


de quem só sabe amar.


E você, por que carregas,


com tanto esmero,


esses poemas,


amigo Travesseiro?


- Levo comigo todos os sonhos


que um amigo tão distraído


deixou-me carregar.


São poemas lindos


que preciso entregar,


antes que esse sonho


possa acabar.


E o Travesseiro, todo faceiro,


os poemas carregou com ele


e os entregou a quem dizia amar.


- E o que contém os poemas?


Perguntou o mar ao amigo Travesseiro.


- Só contém os desejos


de um coração aventureiro


que vive somente para amar...


E a travessia ,o Travesseiro .

Infinitos

Desde o passado, em mim, vivias.
O que sempre imaginara vida,
agora sei,
foi a saudade de ti
que eu ainda não sabia.
Minha alma te esperava.
Tornaste possível a eternidade
(sonho dos deuses)
trocaste o nunca e o futuro dos amores
(quase sempre a solidão)
por tua permanência.
Antes mesmo que em mim, vivesses,
de ti, antes, sempre fui
ainda que apenas um murmúrio
de vento anunciasse teu existir.
Tua, entre os tempos,
em infinitos... ando pela vida.

-Ah, estivesses tu aqui neste instante...
-ahhhh se nao fosse so um poema, e nao tivesse tao distante ...
-Deixava os teus braços enlearem-se no meu corpo
-...e eu me deixaria pra sempre atracada ao teu porto
....Tua boca tocar a minha...
....e a minha, tão sedenta provar a tua
...Teus olhos perderem-se nos meus
...pra transferir meus sentidos aos seus
...Cederia a todos os teus desejos sem os questionar...
...mas seus enleios é que me fariam lhe amar
...Junto de ti não sou dona de mim
...e meu amor por vc nao teria mais fim
...Sou simplesmente tua
...sim , nessa minha imaginação tâo nua !

domingo, 27 de abril de 2008


AS DUAS FLORES
Castro Alves

São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!