chuva,
lave da alma em agonia
leve na enxurrada em demasia
a dor da solidão...
acalante na noite vazia
no seu ritmo úmido e morno
as dores pagas com suborno
do bem que mal fazia...
varra do peito já farto
dê ao ar uma pureza
ao coração só limpeza
e a brota para o novo pulsar...
chuva!
verta das suas águas, fantasias!
aquiete nas pacatas trovoadas
a essência das nuvens caladas
chovendo em suaves cantorias...