sábado, 26 de julho de 2008




PASSARINHO SEM NINHO

Mas de que adianta aprender a voar
Saber cantar, se não tenho um ninho
Meu canto já não encanta. Meu vôo
Não tem destino! Jogam-me pedras
Pelo caminho, mas sigo, sigo sozinho!

Pouso em galhos, galhos com espinhos
Mas permaneço, pois nas pontas vejo
Flores, flores que aliviam as dores e
Penso em fazer um ninho, não pelas
Flores mas por você, que todos os dias
Acorda cedinho para as flores poder
Colher!

As brisas do amanhecer fazem com que
As flores exalem uma essência, gotas de
Orvalho armazenado em pétalas, se
Transformam em rios de fragrância que
Lembra o seu perfume, esse cheiro
Alegra-me e canto, canto como de costume

Meu canto já não é tão triste, mas ainda
Não construí um ninho, pois na primavera
Tenho sua companhia e no verão sigo o
Meu destino e volto a ser sozinho!

αιώνιο μαθητευόμ αετός

Eterno Aprendiz!

Sou apenas um eterno aprendiz
por mais que tenha vivido,sofrido
nada sei de nada...
Quero viver num mundo mais bonito
sanar meus erros e acertar mais!
Quero viver num mundo
onde as pessoas se amem,
que não haja tantas disputas inúteis
onde exista mais amor e paz.
Quero pessoas que falem comigo
olhando nos olhos, sem medo
que me vejam como irmão
que ao me sorrirem
eu não me faça perguntas
que eu sinta sinceridade neste sorriso
preciso acreditar mais...
Como sonho tanto por um mundo assim
talvez eu ainda o conheça
vou continuar tentando
pois sou um eterno aprendiz...


Sozinha...
Que ninguém ouse tirar de mim,
Essa solitária e fria madrugada...
Preciso dela pra chorar enfim!
Meu choro de mulher cansada...

Quero ficar sozinha silenciosa,
Não preciso de palavras falsas,
Abraçarei meu travesseiro amigo,
Afinal só ele tem estado comigo...

Nesse tempo todo que esperei,
Por sua chegada, por seu amor...
Em todas as madrugadas eu estava,
Adornada de sonhos a sua espera...

Mas hoje será diferente, esperarei...
Comigo mesma e nada testemunhará,
Mas um dia amanhecendo sem você,
Sem você pra enfim, me abraçar...

(Valquiria Cordeiro)

Calmaria...

Que teu amor desperte mais forte...
Que tuas mãos apenas flores
Carreguem...
Que tua voz seja feita melodia
Acalmando corações desalentados...
Que teu sorriso devolva
Esperança por onde passas.
Que teu olhar seja toda ternura
E palavras revestidas desse sentimento
Envolva vidas carentes, amargas, sofridas...
Estenda tua caridade e bonança...
Leves paz e vontade de viver
A quem já não acredita que consegue continuar...
Suaviza caminhos agrestes com um abraço,
Um afeto, um carinho...
Enfim... Ajude quem
Já não tem forças,
A acreditar que
A vida é linda!
E que viver é maravilhoso!
E que amar é divino!





Perdoe-me...

Perdoe-me por amar-te de repente,
Esquecendo-me que o amor é troca,
E eu egoísta pensei em mim somente,
Fazendo questão da sua atenção devota...

Perdoe-me por não ter compreendido,
Que o amor acima de tudo é respeito,
E por uma vaidade desmedida,
Ter apunhalado o seu peito...

Perdoe-me por ser essa criança,
Tão carente dos carinhos seus,
Por não ter acatado a confiança,
Que você sempre mereceu...

Perdoe-me ainda, por amar-te demais,
E num momento confuso com esse amor,
Dizer-te coisas banais,
Causando em nós uma imensurável dor.

Mas só quem ama como eu é capaz,
De quantas vezes for preciso,
Pedir-te perdão uma vez mais,
Pra ter você comigo...
_Sempre!
((Valquíria Cordeiro))


Insensato coração
Quisera ver o limite
dessa dor que se permite
tanto assim me maltratar.
Quisera ter seu tamanho,
para sem perda nem ganho,
simplesmente, suportar.
Coração, vê se agüenta!
Não desespera. A tormenta
a qualquer hora vai passar.
Afinal sê como a lua
que abandonada e nua
põe o sol no seu lugar.
Se tudo no firmamento
tem o tempo do momento,
coração, pra que chorar?
Chega de tanta aflição.
Dorme um pouco, coração.
Vê se consegue sonhar!
Kátia Drummond

Enquanto a doçura da água está nos conselhos edificantes, na atenção e paciência com que ouvimos a alguém, nas palavras de estímulo, no elogio animador.
O martelo destruidor está no acúmulo da culpa em nosso coração, na auto-exigência desequilibrada, na falta de amor próprio.
A docilidade da água está na compreensão de nossas dificuldades, no auto-perdão, e na disposição constante para corrigir os nossos erros.
Procuremos conquistar a paciência e a tranqüilidade, certos de que são virtudes dinâmicas, que nos fazem seres pacíficos.
Que as palavras do poeta indiano nos sirvam de guia, de inspiração:"
"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."
A suavidade, a delicadeza, são o amor expresso nas pequenas coisas, nos gestos aparentemente simples, mas que revelam nossa preocupação com o próximo.

PAIXÃO

Embriago-me nessa paixão sem sentido,
Calo-me diante dessa chama que é o amor,
Vivo perdido no deserto da tua alma,
Como labirinto de tristeza e de dor.

Sou navegador dos sentimentos frustrados,
A procura da porta da felicidade,
Em todas que bato já estão ocupadas,
Transformo em fantasia a minha realidade.

E com ela crio castelo de sonhos,
Para diminuir um pouco a tristeza,
Sigo a minha vida a procura,
Da tal felicidade que eu sei..
existe com certeza, em algum lugar
e vou encontrar ....

Não existe vida sem amor,
E alguém que passa sem viver,
É como uma rocha inerte,
Que não tem como sentir o prazer.



POEMA DE UM AMIGO

Quero ser teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te, sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amigo.
Mas, confesso,
é tão difícil aprender!
E por isso
eu te suplico paciência.

Vou encher este teu coração
de lembranças!
Dá-me tempo
de acertar nossas distâncias


Ainda que tudo lhe pareça triste e sombrio, convém lembrar que a vida éum precioso Dom de Deus."

Magros braços das árvores do outono...
Cansaço de embalar manhãs nubladas;
Na memória das aves ainda moram
As folhas mortas pela mão do vento.

Braços de espanto, sonho das raízes
Carregadas de passos e de pedras;
As almas subterrâneas da cidade
Têm pensamentos verdes sobre o asfalto.

O silêncio dos homens se recolhe,
Os capotes naufragam na neblina
E os sapatos carregam folhas mortas...

As árvores e os homens se confundem
E o frio conta histórias pelas ruas,
Do tempo em que os poetas foram árvores!


Paulo Bomfim
in 'Súdito da noite"

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ah!!! se eu tivesse asas...



Ah, se eu tivesse asas...

Buscaria lá no topo da montanha,

Nunca antes pisado,

Flores únicaspara enfeitar a sua vida.

Se eu tivesse asas

Voaria longe para trazer-lhea mais deliciosa iguaria

e ver seu sorriso ao saboreá-la.

Se eu tivesse asascarregaria você para longe

onde você pudesse ver

o mais belo por do sol,

a mais linda lua,

a aurora boreal,

o amanhecer perfeito.

Se eu tivesse asas...

Voaria até aí

E beijaria seu rosto

Tocaria seus cabelos

Sussurraria em seus ouvidos:



Eu adoro VOCÊ!!!



Ah!!! se eu tivesse asas...




Ah, se eu tivesse asas...


Buscaria lá no topo da montanha,


Nunca antes pisado,


Flores únicaspara enfeitar a sua vida.


Se eu tivesse asas


Voaria longe para trazer-lhea mais deliciosa iguaria


e ver seu sorriso ao saboreá-la.


Se eu tivesse asascarregaria você para longe


onde você pudesse ver


o mais belo por do sol,


a mais linda lua,


a aurora boreal,


o amanhecer perfeito.


Se eu tivesse asas...


Voaria até aí


E beijaria seu rosto


Tocaria seus cabelos


Sussurraria em seus ouvidos:




Eu adoro VOCÊ!!!



Lágrimas Ocultas

"Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida..

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago..
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de márfim..

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim..!"

(Florbela Espanca)