quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Uma visita
 inesperada

Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa.      
  - Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa! 
Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados.
De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.



- Senhora, - disse a pobre mulher, - Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar.
- Ora bolas! - retorquiu a dona da casa. - Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.
A pobre mulher retirou-se.  Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta.     
   - Senhora, - disse ele,  - O meu caminhão avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?


 A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.
- Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!
E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os coquetéis.
Nesse momento, alguém lá fora bate palmas. “Será que agora é que é Jesus?” -pensou ela, emocionada. E com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido...  




- Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida! 
- Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.
Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos.
De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela  um anjo. 



- Será que um anjo é capaz de mentir? - gritou ela. - Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez  essa brincadeira comigo?
- Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para enxergar. -  explicou o anjo. - Jesus esteve aqui em sua casa  três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.







Estava tanto frio! A neve não parava de cair e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de dezembro, véspera do dia de Ano Novo. perdida no meio do frio intenso e da escuridão, uma pobre menininha seguia pela rua afora, coma cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair trazia um par de chinelos, mas não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que haviam pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua a correr para figir de um trem. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando em fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.
     Por isso a menininha seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a toda a gente que passava apregoando: - Quem compra fósforos bons e baratos? - Mas o dia tinha-lhe corrido mal. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre menininha! os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de ano Novo. Nisso sim é que ela pensava.
     Sentou-se no chão e encolheu-se no canto de um portal. Sentia cada vez mais frio, mas não tinha coragem de voltar para casa, porque não vendera um único maço de fósforos, e não podia apresentar nem uma moeda, e o pai era capaz de lhe bater. E afinal, em casa também não havia calor. A família morava numa água-furtada, e o vento metia-se pelos buracos das telhas, apesar de terem tapado com farapos e palha as fendas maiores.
     Tinha as mãos quase paralisadas com o frio. Ah, como o calorzinho de um fósforo aceso lhe faria bem! Se ela tirasse, um só, do maço e o acendesse na parede para aquecer os dedos! Pegou um fósforo e: Fcht!, a chama espirrou e o fósforo começou a arder! Parecia a chama quente e viva de uma candeia, quando a menina tapou com  mão mas que luz era aquela? A menina julgou  que estava sentada em frente a um fogão de sala cheio de ferros rendilhados. O lume ardia com uma chama tão intensa, e dava um calor tão bom! Mas o que se passava? A menina já estendia os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e o fogão desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.
     Riscou outro fósforo, que acendeu e brilhou, e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente como tule. E a menininha viu o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, resplandescentes louças finas, e mesmo no meio da mesa havia um ganso assado, com recheio de ameixas e purê de batata, que fumegava, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, que surpresa e que alegria! De repente, o ganso saltou da travessa e rolou para o chão, com o garfo e faca espetados nas costas, até junto da menininha. O fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.







     E acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se encontrou ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de natal. Era ainda maior e mais rica que outra que tinha visto no último natal, através da porta envidraçada, em casa de um rico comerciante. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes, e figuras de todas as cores pareciam sorrir para ela. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas ne Natal começaram a subir, a subir, e ela percebeu então que eram estrelas a brilhar no céu. Uma estrela maior do que as outras desceu em direção à terra, deixando atrás de si um rastro comprido de luz.
     "Foi alguém que morreu", pensou para consigo a menina; porque a avó, a única pessoa que havia sido boa para ela, mas já não era viva, dizia-lhe muitas vezes:"Quando vires uma estrela cadente, é uma alma que vai a caminho do céu."
     Esfregou ainda mais outro fósforo na parede: fez-se uma grande luz, e no meio apareceu a avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!
-Avó!- gritou a menina- leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás mais aqui. Vais desaparecer como o fogão de sala, como o ganso assado e como a árvore de Natal, tão linda.
     Riscou imediatamente o punhado de fósforos que reatava daquele maço, porque queria que a avó continuasse junto dela, e os fósforos espalharam uma luz tão brilhante como se fosse dia. Nunca a avó lhe parecera tão alta, em tão bonita. Tomou a neta nos braços e, soltando os pés da terra, no meio daquele resplendor, voaram ambas tão alto, que já não podiam sentir o frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham  chegado ao reino de Deus.
     Mas ali, naquele canto, junto ao portal, quando rompeu a manhã gelada, estava caída uma menininha, com as faces roxas, um sorriso nos lábios...morta de frio, na última noite do ano. O dia de Ano Novo nasceu, indiferente ao pequenino cadáver, que ainda tinha no regaço um punhado de fósforos. - Coitadinha, parece que tentou aquecer-se! - exclamou alguém. Mas nunca ninguém soube quantas coisas lindas a menina viu à luz dos fósforos, nem o brilho com que entrou, na companhia a avó, no ano Novo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

  Onde Está O Meu amor?    

  Paulo Ricardo

 Onde está o meu amor?
Quem será?
Com quem se parece?
Deve estar por ai
Ou será que nem me conhece?...
Onde andará o meu amor?
Seja onde for
Irá chegar!...
Onde está o meu amor?
Que será que ele faz da vida?
Deve saber amar e outras coisas
Que Deus duvida...
Corre, se esconde
Finge que não
Jura que sim
Morre de amores
Aonde?
Longe de mim!...
Onde está o meu amor?
Leve e envolto
Em tanto mistério
Deve saber voar
Deve ser tudo que eu espero...
Onde andará o meu amor?
Seja onde for
Eu sei que vai chegar
Vai chegar!...
Corre, se esconde
Finge que não
Jura que sim
Morre de amores
Aonde?
Longe de mim
Onde está o meu amor?
Deve estar em algum lugar!
...

Onde Está o Meu Amor - Paulo Ricardo

terça-feira, 24 de agosto de 2010


Pela Luz Dos Olhos Teus

Vinicius de Moraes


Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais larirurá
Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar

http://youtu.be/Ll7lkSQS6OQ

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010


"SE TU VIESSES VER-ME..."

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


-FLORBELA ESPANCA-

domingo, 27 de junho de 2010






Fanatismo
Florbela Espanca
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

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quarta-feira, 2 de junho de 2010


Dois Anjos

Dois Anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma família muito rica. A família era rude e não permitiu que os Anjos ficassem no quarto de hóspedes da mansão. Em vez disso, deram aos Anjos um espaço pequeno no frio sótão da casa.
À medida que eles faziam a cama no duro piso, o Anjo mais velho viu um buraco na parede e o tapou.
Quando o Anjo mais jovem perguntou: por que? O Anjo mais velho respondeu:
"As coisas nem sempre são o que parecem".
Na noite seguinte, os dois anjos foram descansar em outra casa, de um casal muito pobre, mas o senhor e sua esposa eram muito hospitaleiros. Depois de compartilhar a pouca comida que a família pobre tinha, o casal permitiu que os Anjos dormissem na sua cama onde eles poderiam ter uma boa noite De descanso.
Quando amanheceu, ao dia seguinte, os anjos encontraram o casal banhado em lágrimas. A única vaca que eles tinham, cujo leite havia sido a única entrada de dinheiro, jazia morta no campo.
O Anjo mais jovem estava furioso e perguntou ao mais velho: "como você permitiu que isto acontecesse? O primeiro homem tinha de tudo e, no entanto, você o ajudou"; o Anjo mais jovem o acusava. "A segunda família tinha pouco, mas estava disposta a Compartilhar tudo, e você permitiu que a vaca morresse".
"As coisas nem sempre são o que parecem," respondeu o anjo mais velho. "Quando estávamos no sótão daquela imensa mansão, notei que havia ouro naquele buraco da parede. Como o proprietário estava obcecado com a avareza e não estava disposto a compartilhar sua boa sorte, fechei o buraco de maneira que ele nunca mais o encontraria. Depois, ontem à noite, quando dormíamos na casa da família pobre, o anjo da morte veio em busca da mulher do agricultor. E Eu lhe dei a vaca em seu lugar."
As coisas nem sempre são como parecem.
Algumas vezes, isso é exatamente o que acontece quando as coisas não saem da maneira como esperamos.
Se você tiver fé, somente necessita confiar que seja quais forem as coisas que aconteçam, sempre serão uma vantagem para você.
E talvez você venha A compreender isto só um pouco mais tarde..

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sexta-feira, 28 de maio de 2010


Meu Ego
O meu sentir é imensamente amploe tão vasto os desejos do meu querer,restrito infelizmente é o viver,infinito quanto desejaria vê-lo!...
No tempo composto de frio e calor,atravessando este meu horizonte,sinto e presinto previver cada instante,o murmurar doce cintilante do amor!...
Em cada despertar de alvorada,em cada dia que seja eu a viver,e possa ver cada noite estrelada.
Quero sempre bem alto puder gritarliberdade, para que me sinta eu!..SER,não me permito saber, deixar-me apagar!
Autora: Iza*Bel Marques*********************************


Mudanças!

Rostos misturados na multidão,
passos indo e vindo,
ressonando,
chuva fina que levou tempo a cair,
nuvens escuras cheirando a saudade...

Remover o mofo, o bolor,
jogar fora as lembranças,
abrir as portas e janelas,
trocar as cortinas e a cor da parede...

Mudar os lugares à mesa,
os arranjos, as flores, os enfeites,
comprar toalhas novas,
novos perfumes, também o sabonete...

Lençóis e fronhas, travesseiros,
os velhos tapetes,
também os quadros,
velhos retratos esquecidos nas gavetas,
os móveis, almofadas,
tudo!...

Não mais
aquele programa favorito,
não mais as mesmas músicas...
Ir e vir por outras ruas,
até comprar em lojas diferentes...

Dia após dia...
O tempo voa!
Você esquece.

De repente,
aquela vontade de reler o velho romance
perdido entre tantos na estante.
Abro as páginas
desbotadas
e um bilhete cai do passado:

“Te amo para sempre”.
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quarta-feira, 26 de maio de 2010




ALMA GÊMEA DA MINHA!

Tantas vezes tentei entender o coração,
Leva-me por caminhos desconhecidos!
Por onde eu passo, vivo a procurar por ti.
Tento disfarçar, calar, mas tu onde estás?

Procuro-te por caminhos inexplorados,
Em todos os lugares eu não a encontro.
Busco delirantemente, mas tu não estás!
Alma gêmea acabe com o desencontro?

Não há nada mais difícil do que viver sem ti,
Sofrendo a espera de em breve te ver chegar.
O frio do meu corpo pergunta por ti, onde estás?
Meu querer te quer aqui para poder te amar!

Meu grande e inesquecível amor!
Tu és música para a minha alma,
És vinho doce em taça de cristal,
És sonho suave eterno e sem fim.

Alma gêmea da minha por onde andas agora?
Quando irá trazer paz ao meu ser tão cansado?
Vem para mim, sossegue esta alma que chora!

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Vem.
Conversemos através da alma.
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes,
sorri comigo, como um botão de rosa.

Entendamo-nos pelos pensamentos,
sem língua, sem lábios.
Sem abrir a boca,
contemo-nos todos os segredos do mundo,
como faria o intelecto divino.

Fujamos dos incrédulos
que só são capazes de entender
se escutam palavras e vêem rostos.

Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma?

Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.
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segunda-feira, 3 de maio de 2010


As Razões da Emoção


Tão difícil calar quando o coração grita
Tão difícil falar quando a garganta soluça
Pensar, falar, calar a razão com a emoção
Pesar a emoção pela razão, deter o vôo
E pousar sobre as penumbras da vida

Como não olhar para trás se o rumor
Da magoa me segue com seus passos
Pesados em alvoroço descompassado
Como socorrer um coração despedaçado
Que desesperado segura-se no amor

Como parar o relembrar, reerguer
O confiar voltar a acreditar...

Juras-te em nome do amor, perfídia
Assim mentiste, chega, basta agora
Não ceda implora-me a razão
Acaba com essa droga de uma vez
Retoma teu rumo, respira fundo

Como forçar esse tolo coração
A parar de te amar, voltar no tempo
Quando as tardes eram louras
E a saudade trazia teu cheiro
Na brisa das lembranças...

Como? Se não consigo parar...
De sonhar em voltar a voar a teu lado.


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Espero um amor!!!

Espero um amor
Que me encante com um olhar...
Seja sedutor como o luar!
Que me embriague pelo cheiro...
Que seja meu por inteiro!

Espero um amor...
Que me ilumine ao sorrir...
Seja calor que me aqueça!
Que me faça cafuné pra dormir...
E ao meu lado, sorrindo adormeça!

Espero um amor...
Que me provoque arrepios...
Que me tire o chão em delírios!
Que seja a razão do meu riso...
E perca comigo o juízo!

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terça-feira, 20 de abril de 2010



Andrea Bocelli Lyrics

Por Ti Volare
(tradução)

Quando vivo sozinho
Sonho um horizonte
Cheio de palavras.
Na sombra e entre luzes
Tudo é preto para o meu olhar
Se tu nao estás junto a mim...aqui.
Tu
No teu mundo
Separado do meu por um abismo.
Olá
Chama-me
Eu voarei
A teu mundo distante.
Por ti voarei
Espera que chegarei
O meu fim de trajecto és tu
Para viver os dois.
Por ti voarei
Por céus e mares
Até ao teu amor.
Abrindo os olhos por fim
Contigo viverei.
Quando estás distante
Sonho um horizonte
Cheio de palavras.
E eu sei que sempre estás aí, aí,
Uma lua feita para mim,
Por mim, por mim, por mim...
Por ti voarei
Espera que chegarei
O meu fim de trajecto és tu
Contigo viverei.
Por ti voarei
Por céus e mares
Até ao teu amor.
Abrindo os olhos por fim
Contigo viverei.
Por ti voarei
Por céus e mares
Até ao teu amor.
Abrindo os olhos por fim
Contigo viverei.
Por ti voarei...

***************


La Vitta È Adesso
(tradução)
Renato Russo

A vida é agora,
No velho albergue da Terra,
E cada um num quarto
E numa história,
De manhãs mais leves
E céus de esperança imaginada
E de silêncios de escutar,
E te surpreenderás a cantar,
Mas sem saber por quê
A vida é agora,
Nas tardes frescas
Que te vem o sono
E os sinos girando as nuvens,
E chove sobre os cabelos
E nas mesinhas dos cafés ao ar livre,
E te perguntas incerto: quem você é,
Quem? Quem?
É você que empurra para frente o coração
E o trabalho duro
De ser gente e não saber
O que será o futuro;
É você no tempo que nos faz maiores
E sozinhos no meio do mundo,
Com a ânsia de procurar juntos
Um bem mais profundo
E um outro que te dê descanso
E que se curve pra você
Esperando que você peça mais,
Sem entender o que é,
E tu, que me flerta,
Nesse instante imenso,
Acima do barulho das pessoas,
Me diga se isto tem um sentido;
A vida é agora,
No ar suave de uma sesta,
São rostos de crianças
Contra as vidraças,
E os prados que se esfregam como gatinhos,
E estrelas que se juntam nas luminárias,
Milhões,
Enquanto você se pergunta onde está,
Onde está, onde está
É você que levará seu amor
Por cem mil caminhos,
Porque nunca tem fim a viagem,
Mesmo se acaba um sonho;
É você que traz um vento novo nos braços,
Enquanto vem me encontrar
E aprenderá que para morrer
Bastará um por-do-sol.
Numa alegria que faz mais mal que a tristeza,
E qualquer tarde dessas encontrará você
Não se desperdice
E não deixe passar um dia
Para descobrir a si próprio
Filho de um céu tão belo
Porque a vida é agora.

**********



Strani amori

Renato Russo
Composição: Laura Pausini

Estranhos amores
Eu sinto muito ter que ir embora

Mas eu soube que era uma mentira
Quanto tempo perdido atrás dele
Que promessas, então nunca mudam

Estranhos amores...
que pôem dificuldades

Mas na realidade, nós somos nós

E eu espero por uma chamada
" Disputando liberdade "
Com o coração no estômago (com ansiedade)
Um novelo enrolando num canto
Lá dentro só um calafrio
Mas por que, "ele"(amor) não há, e nós somos
Estranhos amores que fazem crescer
Um sorriso entre as lágrimas

Quanta páginas à escrever,

Sonhos lívidos, dividir
Eles são amores que freqüentemente nesta idade
Confundido na alma se questiona
sem decidir
se é um amor que " faz por nós
" E quanta noites perdidas eu chorei
Relendo essas cartas
E não sucede jogando fora mais
No labirinto da nostalgia Grandes amores ...
que encerraram
Mas por que, isto permanence no coração,
Estranhos amores que vão e vêm
Nos pensamentos dos que escondem
Verdadeiras histórias que nos pertencem
Mas "estão partidos",
como nós
Seus estranhos amores,
frágeis
Prisioneiro, livre (caract. de diversos amores)
Estranhos amores...
que pôem em dificuldades (a relação)

Mas em realidade, somos nós
(coro)
Estranhos amores que freqüentemente nesta idade
Estão confusos na alma
Estranhos amores... isso pôem dificuldades
Mas é perdoado, como nós
Estranhos amores que vão e vêm
Verdadeiras histórias que nos pertencem
Seus estranhos amores, Prisioneiro, livre...
Estranhos amores que não sabem viver
E é perdoado dentro de nós
Me desculpe por ir embora

Desta vez eu prometi a mim,
Porque eu quero um verdadeiro amor
Sem você

Contribuição: Joyce Almeida
*********

quarta-feira, 14 de abril de 2010


O POETA EMUDECEU

De onde vem essa tristeza
que angustia deixando a alma
calada, sem chão para pisar,
sem luz, apagada e lacrimosa?

Na tarde chuvosa o Rio chorou,
perdeu o encanto de cidade
maravilhosa. Governantes não
acreditaram na fúria da natureza.

Antes do temporal veio o escuro
nos céus, escuro que doía coração
de alguns, alma de passarinhos
e gaivotas tentavam avisar.

Dos céus, jorrou água como na fonte,
o poeta olhando pela janela sentia
as dores de cada respingo. Perdeu
a rima, terreno virou mina, alagou-se.

Sua alma condoída chorou ao ver que
a água da chuva virou lama, não era
cistalina, sangue inocente se misturando
a ela, descendo encostas, ceifando inocentes.

Marta Peres
A vida é Magia!
É preciso preservar a beleza dos
nossos corações,saber olhar com
a pureza da Alma,respirar como
nascêssemos a cada instante,agir na
calma e na serenidade...
Cultivar uma flor...
Mergulhar em águas limpas,
ouvir uma melodia
Agradecer a vida e não deixar
que o encantos se dissolvão
diante do mundo...
Surfar nas ondas do infinito até
que a eternidade e o Amor
nos envolva e nos faça vibrar
e sentir cada momento...



No sublime momento em que puseres
o pé no bom caminho, brilhará
aos teus olhos, a luz que guiará
teus passos, seja onde estiveres.
E se neste caminho mantiveres
sem nunca desviar, atrairá
a paz no coração que mostrará
a esperança de tudo que quiseres.
Mais fácil então será, de percorrer
o resto do caminho iluminado
desde o primeiro passo iniciado.
Basta, por um instante, a Deus, volver
o teu olhar e vê-lo em toda parte,
virá uma luz divina iluminar-te.
(Camélia La Branca )

No sublime momento em que puseres
o pé no bom caminho, brilhará
aos teus olhos, a luz que guiará
teus passos, seja onde estiveres.
E se neste caminho mantiveres
sem nunca desviar, atrairá
a paz no coração que mostrará
a esperança de tudo que quiseres.
Mais fácil então será, de percorrer
o resto do caminho iluminado
desde o primeiro passo iniciado.
Basta, por um instante, a Deus, volver
o teu olhar e vê-lo em toda parte,
virá uma luz divina iluminar-te.
(Camélia La Branca )


Talento é quando um atirador
atinge o
alvo
que os outros não conseguem.
Gênio é quando um atirador
atinge o alvo
que os outros não vêem.
(Arthur Schopenhauer)

terça-feira, 13 de abril de 2010


Águas se fundem com o pranto,
percorrem todos os cantos,
deságuam os encantos
em oceanos salgados,
pardacentos, insensatos,

provocando dor e ferida

em quem se encantou pela vida...

Chegam de improviso
mutilando sorrisos,

tornando-se arrastão...

Devastam sentimentos

exterminando os momentos,
transbordando as ilusões...
E a água, fonte da vida,

desta vez não foi guarida,
mas traiçoeiro alçapão...
De bendita à maldita,
mostrou uma força bandida
vinda de supetão...
Soterrando inocentes,

produzindo grande enchente

dentro de cada coração...

Carmen Lúcia
( poema alusivo às vítimas das enchentes)

***************

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

quarta-feira, 3 de março de 2010



O Amor

Quando o amor o chamar
Se guie
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados
E quando ele vos envolver com suas asas
Cedei-lhe
Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos
E quando ele vos falar
Acreditai nele
Embora a sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim
Pois da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica
E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento
Trabalha para vossa poda
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol
Assim também desce até vossas raízes e a sacode no seu apego à terra
Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração
Ele vos debulha para expor a vossa nudezEle vos peneira para libertar-vos das palhas
Ele vos mói até extrema brancura
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis
Então ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino
Todas essas coisas o amor operará em vos para que conheçais os segredos de vossos corações
E com esse conhecimento vos convertais no pão místico do banquete divino
Todavia se no vosso temor procurardes somente a paz do amor, o gozo do amor
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez, abandonásseis a ira do amor
Para entrar num mundo sem estações onde rireis, mas não todos os vossos risos
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas
O amor nada dá, se não de si próprio
E nada recebe, se não de si próprio
O amor não possui nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo
Quando um de vós ama, que não diga 'Deus está no meu coração'
Mas que diga antes 'Eu estou no coração de Deus'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor pois o amor se vos achar dignos determinará ele próprio vosso curso
O amor não tem outro desejo se não o de atingir a sua plenitude
Se contudo amardes e precisardes ter desejos
Sejam estes os vossos desejos
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor
De voltardes pra casa à noite com gratidão
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado
E nos lábios uma canção de bem-aventurança
Gibran Khalil Gibran

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Vem
Conversemos através da alma.
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes,
sorri comigo, como um botão de rosa.

Entendamo-nos pelos pensamentos,
sem língua, sem lábios.
Sem abrir a boca,
contemo-nos todos os segredos do mundo,
como faria o intelecto divino.

Fujamos dos incrédulos
que só são capazes de entender
se escutam palavras e vêem rostos.

Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma?

Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.

Jalaluddin Rumi

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Um anjo vem todas as noites:

senta-se ao pé de mim, e passa
sobre meu coração a asa mansa,
como se fosse meu melhor amigo.
Esse fantasma que chega e me abraça
(asas cobrindo a ferida do flanco)
é todo o amor que resta
entre ti e mim, e está comigo.


Canção do Sonho Acabado

Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais...

Cecília Meireles


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