quarta-feira, 14 de abril de 2010


O POETA EMUDECEU

De onde vem essa tristeza
que angustia deixando a alma
calada, sem chão para pisar,
sem luz, apagada e lacrimosa?

Na tarde chuvosa o Rio chorou,
perdeu o encanto de cidade
maravilhosa. Governantes não
acreditaram na fúria da natureza.

Antes do temporal veio o escuro
nos céus, escuro que doía coração
de alguns, alma de passarinhos
e gaivotas tentavam avisar.

Dos céus, jorrou água como na fonte,
o poeta olhando pela janela sentia
as dores de cada respingo. Perdeu
a rima, terreno virou mina, alagou-se.

Sua alma condoída chorou ao ver que
a água da chuva virou lama, não era
cistalina, sangue inocente se misturando
a ela, descendo encostas, ceifando inocentes.

Marta Peres