sexta-feira, 26 de junho de 2009




Calmaria


Meus caminhos são um desenrolar de emoções


Como fontes de luz fria, estrelas a reluzirem


Diante dos meus próprios olhos, a despertar meu mundo.


Vou seguindo alheia num vazio a procurar, sem encontrar


Espreito olhares absortos e distraídos,


Indo embora num passo firme e decidido...


Vejo-me na solidão, dou-me enfim por vencida


Triste sina querer reviver o que já fora esquecido.


Dos casos e descasos deixados no além


Voltam delírios de uma alma atormentada.


No âmago, um reflexo, uma sombra


Nunca houvera uma mulher amada.


Mas não é o fim, ainda que amargurada


Renasço do pó, alimento meus sonhos


E imagino alegria em dias tristonhos.


Quero ver a lua e profanar sua melancolia


Abrir meus braços para serem asas


Voar onde nem mesmo os pássaros conseguem chegar.


Desvendar enigmas, gritar a dor em flor de nostalgia


Depois desse ardor fugaz, grande calmaria...


Dispo-me mais uma vez do veneno, que tanto angustia.


E volto a fazer minhas eternas vigílias.