domingo, 24 de fevereiro de 2008


O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor ñ possui, nem se deixa possuir.
Pq o amor basta-se a si mesmo.
Qdo se ama, q ñ diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas q diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E ñ imagines q possas dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se achar digno,
Determinará ele próprio o seu curso.
O amor ñ tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amar e precisar ter desejos,
Sejam estes os seus desejos:
De diluir no amor e ser como um riacho
Que canta sua melodia p/a noite;
De conhecer a dor de sentir ternura demasiada;
De ficar ferido por sua própria compreensão do amor
De sangrar de boa vontade e c/ alegria;
De acordar na aurora com o coração alado
Agradecer por um novo dia de amor;
De descansar ao meio-dia
E meditar sobre o êxtase do amor;
De voltar p/ casa à noite com gratidão;
E de adormecer c/ uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.
(Gibran Kahlil Gibran-adaptado por Magaly França