quinta-feira, 9 de abril de 2009



Somos avestruzes
Jorge Luiz Vargas


Casa de ferreiro, espeto de pau
Casa de madeira, colcha de jornal
Casa sem teto, casa sem telha
Casa só esteira, casa sem quintal


Vida sem razão, vida passageira
Vida de um irmão, indigente da nação
Solto na vida, largado no ar
Morrendo sob a truculência, de um coturno militar


Gente! Tanta gente perdida, sofrida, sem nenhuma assistência
Trombadinha e trombadão, humanos sem noção, sem futuro e sem razão
Nação sem consciência! Problema sem solução?


Prostitutas infantis, forçadas a aprendiz
Meninos e meninas. Seres se entregando por trocados
Drogados, se metendo em confusão
Violados, violentados sob os olhos dos irmãos
Cegos em seus cargos, ou se fazendo e nada vendo
Votados pela nação, escrutínio sem razão


Chega!
Você não está cansado? Nada se fez! Nada se faz!
O avestruz é que tem razão
Bota a cabeça num buraco
E espera uma solução
Como nós...


Um bom dia pra você e pense...
Jorge Luiz Vargas