sexta-feira, 2 de janeiro de 2009


I

Há muito tempo, tudo o que quis for ser beijada,

E ainda quero…



Mas só meus lábios não produzem beijos,

Homens vivem,

Mulheres planejam?



Há muito tempo, havia em mim ingenuidade,

Era então só ‘sorrisos’,



Mas minha fé ingênua foi cruelmente morta,

Derramei rios de lágrimas,

Cravei minhas unhas nas palmas das mãos,

E nisso fiquei absorta,



Socorri-me de força de vontade,

De auto-domínio para poder suplantar

Para poder suportar,

Para poder vencer



Mas isso foi há muito tempo….



II

Todos os dias preciso de afeto,

Minha natureza delicada assim o exige,

Insinuaram que era doente,

Insinuaram que ‘precisava de ajuda’

Meus presentes, frutos de meu coração,

Foram tidos como moeda de escambo,

Transformaram-me em mera mercadora,

Trataram-me como mera mercadoria!



Imputaram-me vilania,

Mas isso,

Foi há tanto tempo!



III

Dói-me saber que fiz

Juras de amor tão sinceras,

Juras de amor pouco austeras…

Amei e, querendo ser amada,

Fui SÓ desejada…

Homens desejam,

Mulheres amam.



Há muito tempo,

Havia inspiração,

Enternecia-me com a música,

E, até mesmo….com a cor do céu!

Mas isso,

Isso foi há muito, muito tempo!





IV

Em dado momento perdi a fé,

Perdi esperança,

Morri um pouco….

Cartas voltaram, com carimbos:

- Ausente,

- Recusado,

-Morto

Então morri um pouco….



Se buscasse apenas a satisfação da carne,

Encontraria em qualquer esquina,

Em qualquer rosto….

Homens desejam amantes,

Mulheres desejam Amados!



Quanto tempo faz?

Faz tempo demais!?